O Projeto Evokar, que é acompanhado pelo atleta olímpico Pedro Cunha, já atendeu mais de 500 crianças de comunidades carentes
Ramon é um dos 500 alunos que passaram pelo projeto Evokar |
- Eu não tinha previsão do que eu podia ser. Estudava, mas não sabia o
que poderia fazer e o vôlei passou a ser uma meta na minha vida, um
histórico, um futuro para eu conseguir superar as dificuldades que eu
passava e ainda passo - disse ao "Tá na Área".
Encarado como uma espécie de herói para a mãe Francisca Ferreira Gomes,
Ramon ganhou cedo responsabilidades de "gente grande". Aos 15 anos, viu
a mãe sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) e, desde então,
sentiu que era a hora de tomar as rédeas e cuidar das duas irmãs. Mas o
menino da dona Francisca é muito mais do que um exemplo de superação nas
quadras para ela.
- Nesse momento quem está segurando a barra é ele. Ele pode não ser o pai das meninas, mas é como se fosse. Está me ajudando (no custo da casa), me ajuda com as compras.
- Nesse momento quem está segurando a barra é ele. Ele pode não ser o pai das meninas, mas é como se fosse. Está me ajudando (no custo da casa), me ajuda com as compras.
O projeto, que desde 2004 é tocado pelo professor de educação-física
Leandro Martins, com objetivo de treinar crianças de comunidades
carentes, está começando a ficar distante do objetivo inicial. O Evokar
já chegou a atender 500 crianças e hoje enfrenta dificuldades pela falta
de patrocínios, contando com apenas 15 alunos. O educador lamenta as
dificuldades e revela que o aporte vem de fora do país.
- O empresário brasileiro ainda não tem essa visão dentro do esporte.
Hoje o aporte que nós temos são de pessoas de fora que apoiam nosso
projeto aqui no Brasil.
Para trabalhar no surgimento de novos "Ramons" - que encaram o esporte
como uma forma de mudar sua vida - o educador conta com o acompanhamento
do atleta olímpico Pedro Cunha em alguns treinamentos. Bicampeão
brasileiro, Pedro Cunha acredita que acompanhar os "novos talentos" do
projeto é inspirador para sua superação em quadra.
- Você vê essa nova geração, com bastante motivação e gás. É importante
para mim. Quando venho aqui e vejo isso, quero sempre buscar melhorar.
Apesar de ter uma estatura considerada baixa para o esporte, Ramon, com
1,80m, ganhou nova perspectiva de vida com o projeto. Ele, que
representou o Brasil no Campeonato Mundial Sub-20, está conhecendo o
mundo através do esporte e ainda conseguiu uma bolsa integral na
faculdade de Educação Física. Orgulhoso, acredita que, além da ajuda
financeira, a nova vivência está ajudando muito a família.
- Viajando com o vôlei eu estou tendo uma outra visão de vida para
elas, que em outros lugares não é assim, que a gente consegue fazer
diferente
*SporTV.com
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