quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Bruno Schmidt comemora o bom ano da Seleção Brasileira de Vôlei de Praia

Bruno Schmidt

A grande novidade nas areias no ano de 2013 foi a implantação do sistema de seleções de vôlei de praia. A principal mudança? As vagas para toda e qualquer competição internacional passaram a ser das Confederações, e não mais dos atletas, que até então se garantiam através do ranking mundial. E logo no primeiro ano desse novo modelo, os comandados da técnica Letícia Pessoa deram conta do recado.

Destaque para a dupla Bruno Schmidt/Pedro Solberg, que brigou pelo título do Circuito Mundial até a última etapa. No total, a seleção masculina conquistou 13 medalhas para o Brasil, sendo cinco de ouro, quatro de prata e quatro de bronze. Dentre elas, a do segundo lugar de Ricardo/Álvaro Filho no Campeonato Mundial, disputado em Stare Jablonki (POL), que coroou o jovem paraibano como o melhor jogador da competição.

No início da temporada, Alison/Emanuel, prata nos Jogos Olímpicos de Londres/2012, já havia subido ao lugar mais alto do pódio da World Cup Final, em Campinas (SP). Bons ventos já sopravam a favor nas areias para os brasileiros. O brasiliense Bruno Schmidt, um dos principais nomes da modalidade no ano, relata um pouco do que aconteceu, fala sobre o nível técnico no cenário mundial e projeta 2014. Confira:

SELEÇÃO DE PRAIA
“Nunca tivemos tanto apoio com esse sistema de seleções que foi implantado. Fomos a seleção com mais suporte e investimento lá fora. Disso nenhum atleta pode reclamar, principalmente na parte competitiva. Tivemos um trabalho técnico de primeira linha, com fisioterapia, nutricionista, psicólogo, profissionais do mais alto gabarito, e com os quais eu jamais havia trabalhado. A ideia é boa, mas é claro que ainda há coisas a ajustar. O que é normal, por ter sido um ano de implantação. A tendência é melhorar. E pode ter certeza de que todos estarão cada vez mais focados. É um ano a menos para os Jogos Olímpicos do Rio.”

CIRCUITO MUNDIAL
“Tivemos uma renovação generalizada. As principais duplas, aquelas que sempre eram vistas nos pódios, já não estavam mais aí. Como Brink e Reckermann, por exemplo, atuais campeões olímpicos. Dalhausser (americano) estreou um time novo, aquecendo uma nova dupla para 2016. Outras boas equipes surgiram, todos com o foco nos Jogos do Rio, como os próprios letões Janis Smedins e Samoilovs, que fizeram uma temporada maravilhosa e acabaram campeões. Eu e o Pedro também aparecemos juntos pela primeira vez no cenário mundial e começamos de forma avassaladora. Se não fosse a mudança feita no ranking, o título teria ficado com a gente. Sem falar no trabalho de renovação realizado na seleção: Alvinho com Ricardo, vice-campeões do mundo; Evandro e Vitor, que ainda brilharam ao lado dos mais experientes... Muita coisa aconteceu. Foi um ano muito bom. Jogamos em alto nível.”

CAMPEONATO MUNDIAL
“A dupla holandesa Brouwer/Meeuwsen foi a maior surpresa pra mim nesse ano, com o título mundial na Polônia. Nem sei dizer ao certo o que aconteceu para terem sido campeões. Acho que as condições os favoreceram um pouco. O terreno estava muito duro, e eles formam uma dupla que tem caracteristicas de quadra. São bem altos, não são de largada, têm muita saúde e são bons no ataque. Se tivessem jogado em areia fofa, como foi a etapa Grand Slam de São Paulo, não teriam ido tão bem. Jogaram tudo o que sabem e ganharam dos principais times. Inclusive, eles nos eliminaram nas quartas de final, com um 21/19 no tie break. Pode até ser que eles tenham focado mais no Campeonato Mundial, o que não acredito, mas todos precisam estar bem em qualquer torneio. Tudo conspirou a favor deles, que foram muito felizes.”

EXPECTATIVA PARA 2014
“Acho que será um ano maravilhoso. Em 2013, tive um entrosamento muito grande com os profissionais da seleção, com os quais nunca havia trabalhado, como disse. No fim da temporada, houve uma conversa com todo o grupo, esclarecemos o que foi feito, o que fizemos de proveitoso, onde falhamos e o que precisamos melhorar, para começarmos 2014 a todo vapor. Não vejo a hora de voltar a ser convocado para poder dar sequência a esse trabalho. Tentarei fazer uma temporada ainda melhor. Adquiri muito entrosamento e conhecimento na seleção.”