Rebecca e Carol Horta treinam com Juliana e Larissa |
Até pouco mais de um ano, as areias de Fortaleza eram sinônimo apenas de praia para Rebecca e Carol Horta. Hoje pupilas de Juliana e Larissa, as ex-atletas da quadra contam com uma estrutura privilegiada para seguir o caminho vitorioso das campeãs mundiais com que treinam. Nesta semana, no Campeonato Mundial Sub-21, no Canadá, a dupla dará mais um passo para provar que está à altura da oportunidade que recebeu.
As duas cearenses foram selecionadas por um projeto de Reis Castro, técnico de Juliana e Larissa, para desenvolver novos talentos do esporte. Juntas há cerca de um ano e meio, são as atuais campeãs brasileiras Sub-19 e lideram o ranking do Circuito Mundial Sub-21. Títulos que, para as “madrinhas”, têm relação direta com a estrutura à disposição da dupla.
- Ter um apoio estrutural no inicio da carreira não tem preço. No começo, eu e Larissa treinávamos às 14h, num horário de sol muito quente porque não tínhamos quadra disponível. Como nesse horário ninguém treinava em Fortaleza, era a nossa opção. Além disso, tínhamos poucas bolas disponíveis e era uma ralação grande. De vez em quando, nós batemos um papo com elas com a intenção de mostrar a importância de tudo, dos treinamentos, da dedicação. E também como elas, na idade que tem, são privilegiadas em ter à disposição toda essa estrutura e uma equipe para apoiá-las. Agora elas estão na seleção e desejo que tenham sucesso – disse Juliana.
A primeira grande chance para Rebecca e Carol começarem a se firmar no cenário internacional passa diretamente pela disputa do Mundial Sub-21, cujo troféu a própria Juliana levantou em 2002, ao lado de Taiana. Pelo bom desempenho no Circuito, as brasileiras acreditam que podem fazer bonito e repetir, na categoria, a façanha das mentoras, que conquistaram o Mundial de Roma em junho.
Rebecca e Carol Horta são campeãs do Brasileiro Sub-19 e líderes do Circuito Sub-21 |
- Acho que, quando chegar lá, vai dar um friozinho: “Meu Deus, como isso é grande”. Mas estou tranquila e espero ficar tranquila lá para não ocorrer nenhum problema. A expectativa é boa. Com certeza muitas portas vão se abrir se ganharmos esse mundial. É só acreditar que dá para ganhar o ouro. Estamos treinando bastante para isso – afirmou Carol.
Com 1,80m de muita força física, Rebecca costuma ser comparada com Larissa. Quando o treino reúne as duas parcerias, as loiras trabalham juntas, enquanto as morenas fazem outras atividades em conjunto. No confronto pelo campeonato nacional, porém, o conhecimento privilegiado adquirido nos treinamentos não ajudou muito as novatas, que perderam por 2 sets a 0.
Com os pés firmes no chão, as cearenses sabem que ainda estão longe de ameaçar a principal dupla feminina do país, mas já se permitem sonhar com um futuro promissor.
- Lógico que tem aquele respeito, por tudo que elas representam, mas procuramos não respeitar tanto ao mesmo tempo. Tentamos encarar como se fosse qualquer outro time. Estamos no caminho certo, porque treinamos com elas e o mesmo técnico. Talvez estejamos até um pouco melhor que elas no começo, porque já pegamos a estrutura delas, enquanto elas tiveram que montar isso. Talvez possamos chegar mais rápido onde elas estão, mas ainda não dá para ganhar delas não – disse Rebecca.
- Lógico que tem aquele respeito, por tudo que elas representam, mas procuramos não respeitar tanto ao mesmo tempo. Tentamos encarar como se fosse qualquer outro time. Estamos no caminho certo, porque treinamos com elas e o mesmo técnico. Talvez estejamos até um pouco melhor que elas no começo, porque já pegamos a estrutura delas, enquanto elas tiveram que montar isso. Talvez possamos chegar mais rápido onde elas estão, mas ainda não dá para ganhar delas não – disse Rebecca.
O Campeonato Mundial Sub-21 será disputado de 31 de agosto a 4 de setembro, em Halifax, no Canadá. No masculino, Vitor Felipe e Marcus Vinícius representarão o Brasil. O país é o recordista absoluto de pódios na história da competição com 16 medalhas: são nove ouros, três pratas e quatro bronzes.