O jogador que mais evoluiu em 2011 |
Não é de hoje que as areias capixabas rendem grandes talentos para o vôlei de praia masculino brasileiro. Nos últimos 20 anos, virou rotina ver os atletas do Espírito Santo brilhando mundo afora. Feras como Loyola, campeão mundial em 1999 ao lado do paranaense Emanuel, dupla, aliás, considerada a mais forte de toda a década de 1990. Como Fábio Luiz, atual vice-campeão olímpico em parceria com o cearense Márcio. E, mais recentemente, Alison, atual campeão do Circuito Mundial, da Copa do Mundo e dos Jogos Pan-Americanos, também junto com Emanuel.
O novo candidato a estrela é Édson Filipe, o Filipão, eleito o jogador que mais evoluiu no Circuito Brasileiro em 2011. Ainda longe dos melhores resultados de seus conterrâneos, Filipão só agora, aos 24 anos, começa a sentir o gostinho do reconhecimento. Tudo porque optou por cursar a faculdade de Biologia entre os 18 e os 21 anos, quando finalmente voltou a se dedicar ao esporte. O tempo perdido pode ter sido precioso, mas aos poucos ele vai mostrando que ainda pode brilhar.
- Fiquei muito contente de ter sido escolhido o atleta que mais evoluiu. É um reconhecimento do trabalho. É apenas meu terceiro ano de treinos, pois durante a faculdade morei em Santa Teresa (município da região serrana do Espírito Santo) e, longe da praia, acabei perdendo contato com o esporte. Venho me desenvolvendo muito com o Leandro Brachola (antigo técnico de Alison). E um aspecto em que acho que também cresci muito neste ano foi o lado mental. O vôlei de praia requer maturidade. Às vezes, o cara é bom, mas sem confiança não se sobressai. Evoluí tecnicamente, mas o principal foi melhorar a cabeça - analisa Filipão.
Filipão e Oscar |
A proximidade com os grandes ídolos capixabas é um trunfo. Fábio Luiz, que esteve treinando recentemente no Espírito Santo, foi com quem Édson Felipe teve mais convívio. Mas não só com ele. Alison, praticamente um contemporâneo, chegou a ser parceiro de treinos na Praia de Camburi, em Vitória, antes da nova revelação optar pelos livros e dar um tempo na bola. E até Loyola, que vive em Los Angeles, nos Estados Unidos, passou seus ensinamentos ao "biólogo".
- Em julho e agosto de 2011 eu fui até a Califórnia para fazer um período de treinos com o Loyola. Foi um mês muito proveitoso e que também ajudou na minha evolução. Poder aprender com um cara como ele é incrível. Assim como o Fábio e o Alison. De forma geral, além do talento, tento tirar como lição deles a determinação. Todos eles superaram muita coisa. Eu tenho essa desvantagem de ter começado para valer relativamente tarde no vôlei de praia. Mas sei que posso chegar.
Em 2012, Filipão seguirá com a dupla formada há poucas semanas com o carioca Oscar, com quem jogou as quatro últimas etapas do Circuito Brasileiro, obtendo dois quintos lugares, chegando a bater times fortes como Márcio/Benjamin. A meta, primeiro, é se firmar entre as principais duplas. Mas o capixaba acredita já ser possível "beliscar" o título de algumas etapas.
- Eu o Oscar jogamos por pouco tempo, mas criamos um entrosamento e vamos crescer. Acho até que essas etapas que joguei com ele pesaram para eu ser eleito o jogador de maior evolução na temporada. Em janeiro, devemos passar duas semanas em Saquarema-RJ, treinando com o Renato França (técnico de Oscar e também de Pedro Solberg/Márcio). Mas em princípio seguirei em Vitória, treinado diretamente pelo Brachola. Claro que é importante eu e Oscar treinarmos juntos, mas temos uma expectativa boa para a temporada que vem. Devagarzinho quero tornar realidade o sonho de ser comparado aos grandes ídolos capixabas.
* Fonte: Bruno Marques / Foto: Geremias A. Junior/CBV
* Fonte: Bruno Marques / Foto: Geremias A. Junior/CBV