Final norte-americana na etapa brasileira do Circuito Mundial

Circuito Mundial: Rumo ao tetra em Brasília

Pela primeira vez desde 2006, o Brasil não marcará presença na final masculina da etapa brasileira do Circuito Mundial de Vôlei de Praia. Neste DOMINGO (22.04), às 11h15, as duplas norte-americanas Rogers/Dalhausser e Fuerbringer/Lucena decidirão o título da etapa de abertura da temporada 2012. Às 9h30, Ricardo e Pedro Cunha tentarão levar o Brasil ao pódio, disputando o bronze com os espanhóis Herrera e Gavira. As duas partidas serão transmitidas ao vivo pela TV Esporte Interativo.

Atuais campeões olímpicos, Rogers e Dalhausser tentarão o tricampeonato nas areias do Distrito Federal. Para chegar à decisão, a dupla norte-americana eliminou quatro duplas brasileiras em sequência, começando por Márcio/Pedro Solberg, na sexta.

Neste SÁBADO (21.04), na primeira rodada da repescagem, os campeões olímpicos foram beneficiados por uma lesão sofrida por Alison, que não pode prosseguir no jogo ao lado de Emanuel, para avançar. Depois, levaram a melhor sobre Evandro e Harley, vencendo com duplo 21/17. Por fim, na semifinal, saíram atrás, mas viraram sobre Ricardo e Pedro Cunha, fazendo 24/26, 21/13 e 15/10.

“Jogar aqui em Brasília é muito bom para nós, porque com o forte calor a maioria das duplas não força muito o saque e o jogo de defesa e bloqueio, que é o forte do nosso time, acaba prevalecendo. Tivemos um dia longo e o último jogo, contra Ricardo e Pedro, foi muito difícil. Não começamos bem, perdemos um jogo no primeiro dia, mas conseguimos melhorar dia após dia. Conhecemos bem nossos adversários na final, mas eles também nos conhecem, então tem tudo para ser um jogo equilibrado”, diz Dalhausser.

Caçado pelo saque dos norte-americanos na semifinal, Ricardo admitiu que teve dificuldades na partida. O baiano espera estar mais bem preparado para o próximo encontro com os rivais.

“Eles vieram com uma estratégia diferente para esta partida, me testando desde o começo, me pressionando e me deixaram em uma situação desconfortável na partida, sem poder doar o meu melhor, que é o bloqueio. Eu fiquei um pouco pressionado e errei bastante, mas faz parte. Daqui para frente vou me preparar para que da próxima vez que a gente os enfrentar eu esteja mais bem preparado e a gente possa sair com a vitória, como foi no último encontro que a gente teve antes”, diz o campeão olímpico, referindo-se à vitória brasileira por 2 a 0 nas semifinais do Grand Slam da Áustria, na temporada 2011.

Para chegar à decisão, Fuerbringer e Lucena, que buscam seus primeiros títulos no Circuito Mundial, precisaram de três vitórias ao longo do dia. Primeiro, ganharam dos brasileiros Moisés e Vitor Felipe, sétimos colocados, por 2 a 0 (21/14 e 21/12). Depois superaram os alemães Erdmann e Matysik, também em dois sets (21/19 e 26/24). Na semifinal, no confronto mais equilibrado do dia, passaram pelos espanhóis Herrera e Gavira, no tie-break, com parciais de 13/21, 21/18 e 15/13.

A vaga na final tem um peso ainda maior para a dupla, que luta pela segunda vaga norte-americana nos Jogos Olímpicos de Londres com Gibb/Rosenthal. Como os rivais, que somam 3.640 pontos, ficaram em nono lugar no Brasil, Fuerbringer e Lucena, que têm até o momento 3.700, ampliarão a vantagem.

“É um grande resultado para nós, estou muito emocionado. O Brasil é um país muito importante no mundo do vôlei de praia e jogar uma final aqui, diante destes torcedores, será uma honra. Estamos em uma disputa muito intensa com Gibb/Rosenthal pela segunda vaga em Londres e cada jogo e cada etapa são importantes. Temos que somar o máximo de pontos que pudermos. Conseguimos ir melhor em Brasília, mas a disputa ainda está em aberto. Se ele forem a uma final, e eles sempre conseguem isso, ao menos uma vez no ano, estará tudo igual novamente”, disse Fuerbringer, de 38 anos.

Alison leva susto

No primeiro jogo de Rogers e Dalhausser no dia, contra Alison e Emanuel, o capixaba tentou recuperar uma bola defendida por Emanuel e caiu sobre uma placa de publicidade. O choque resultou em um corte no antebraço direito do campeão mundial, que foi atendido imediatamente em quadra, mas não prosseguiu na partida.

“Corri para recuperar a bola e não vi a placa. Quando caí, protegi o meu rosto com o braço, por isso sofri o corte e levei 12 pontos. Na hora me assustei um pouco por causa do sangue, mas estou me sentindo bem. É uma pena ter que abandonar a etapa aqui no Brasil, mas foi uma fatalidade. Não vamos jogar a próxima etapa, na Polônia, como já tínhamos planejado, e terei tempo para me recuperar até o torneio de Xangai”, comenta o capixaba.

Eliminado no segundo jogo ao lado do parceiro Harley, Evandro, que disputou sua primeira etapa no Circuito Mundial em Brasília, celebrou a boa campanha da dupla, que terminou em quinto lugar.

“Nossa estreia foi muito boa. O Harley me ajudou muito ao longo de todo o torneio e fico feliz por ter conseguido jogar bem e por tê-lo ajudado. Não dormi bem em algumas noites pensando nos jogos seguintes e foi emocionante defender o Brasil em casa, com a arena lotada. Não esperava um resultado tão bom e isso nos dá muita confiança para seguirmos em frente”, diz o carioca.

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