Ricardo já pensa em novo parceiro e mira no Rio (Foto: Lucas Barros / Globoesporte.com/pb) |
O campeão olímpico Ricardo Santos, do vôlei de praia, está abalado.
Triste com a decisão de seu parceiro Pedro Cunha de se aposentar
precocemente, aos 29 anos de idade. Ele disse que foi surpreendido com a
notícia, que lamenta muito a decisão, mas que a respeita. Com 37 anos
de idade, contudo, ele vai na contramão de Pedro Cunha e avisa que ainda
pretende jogar por muito tempo e promete para daqui a no máximo uma
semana o anúncio de seu novo parceiro.
- Ninguém esperava por isto. Fomos todos surpreendidos. Mas respeito a
decisão dele. Muitos não entendem, por ele ser tão novo, mas eu entendo
seus motivos. É uma pena para todo o esporte olímpico brasileiro, porque
ele tinha uma carreira brilhante, mas esta é uma decisão já tomada -
comentou.
Apesar do baque, Ricardo já projeta seu futuro. Ele diz que vai se
reunir com toda sua comissão técnica, que inclusive vai ser reforçada
por nomes de peso da modalidade e que vai contar com a ajuda extra do
ex-jogador Zé Marco (medalha de prata ao lado de Ricardo em Sidney),
para definir as estratégias visando uma classificação para os Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro.
- Nem penso em parar de jogar agora. Estou pronto para mais este ciclo olímpico - declara.
O primeiro passo agora vai ser definir a nova dupla. E os critérios
para isto já estão definidos. Segundo Ricardo, seu novo parceiro tem que
ser alguém de preferência jovem, que já esteja na seleção brasileira de
vôlei de praia, aceite morar em João Pessoa e que esteja pronto para um
projeto a longo prazo.
- Morar na mesma cidade é essencial para afinar o treinamento e
melhorar o entrosamento da dupla. E quero alguém que jogue junto até as
Olimpíadas, porque não é meu pensamento ficar trocando muito de parceiro
- declara Ricardo, que também é da seleção brasileira.
O campeão olímpico não fala em nomes, mas pelos critérios do próprio
jogador, os paraibanos Vítor Felipe e Álvaro Filho são alguns que se
encaixam em todos os pré-requisitos. Ao ser questionado sobre isto, ele
se limita a dizer que são “dois grandes nomes da modalidade”.
- Vamos com calma. Prefiro pensar e só tomar uma decisão depois de
ponderar todas as possibilidades. Só sei hoje que preferia jogar com
alguém mais novo, que ainda tenha muito o que evoluir. Isto porque temos
ainda um longo caminho até o Rio.
Vítor e Álvaro já jogaram juntos no início da carreira e agora são possíveis novos parceiros de Ricardo |
Despedida
Voltando a falar da aposentadoria de Pedro Cunha, Ricardo explica que
seu parceiro o avisou da decisão no domingo, depois da etapa de João
Pessoa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, e que a decisão inicial
era já não jogar mais.
- Fui eu quem o convenci a jogar mais uma etapa. Expliquei a Pedro
Cunha que era importante se organizar uma despedida. Em respeito a ele e
ao que ele fez pelo esporte brasileiro. Fiquei muito feliz em ele ter
cedido um pouco e aceitado jogar mais uma etapa - frisou.
Assim, a dupla que jogou os Jogos Olímpicos de Londres vai ser desfeita
oficialmente após a etapa de Maceió do Circuito Brasileiro, a próxima
da temporada. Foram quase dois anos de parceria.
- Isso é muito mais doloroso do que simplesmente encerrar uma parceria
vitoriosa. Isto já aconteceu várias vezes na minha carreira. Mas desta
vez é diferente. Não é uma perda só para mim, mas para todo o esporte
brasileiro - finalizou ainda em tom triste.
Ricardo e Pedro Cunha vão jogar juntos pela última vez na etapa de Maceió do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia (Foto: Mauricio Kaye / CBV) |